segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Explicações.


Cartas de amor são todas ridículas, já diria o queridíssimo Fernando Pessoa.

Sabe, o que aconteceu foi que eu tinha resolvido mudar. Sim, aquele jeito pacato, monótono e paciente demais já tinha saído de moda. Fiz as contas e percebi que sofreria menos se mergulhasse logo de cabeça nessa roda viva atribulada e apressada ao ficar tentando sair dela para ter paz e sei lá mais o quê.
Mas como resolvi mudar, ao invés de esperar você vir até mim, resolvi fazer o contrário. Shit!! Sabia que eu não tinha jeito pra isso, sabia. E eu sei também que não deveria estar confessando tudo isso...mas é que não ta me fazendo bem. Preciso colocar as coisas nos devidos eixos pra que eu possa seguir sem essa sensação de que está ficando pontas a serem amarradas...
Olha, eu até assumo. Fui ridícula, fria e inconseqüente, mas eu não queria...ou queria, sei lá, não importa mais. É que eu andava sonhadora e frágil, então bastou aquele empurrãozinho típico de filmes com finais felizes e puf! fui lá e me declarei. Tive medo de seguir sem que você soubesse. Tive medo que pergunta eterna ‘será que poderia ter acontecido diferente?’ me perseguisse. Fui medrosa...não costumo ser, que fique claro, mas fui.
Mas alguma coisa de bom eu levo dessa desilusão toda. Aquele negócio de que ‘um gesto vale mais que mil palavras’ não tá com nada. Eu caí nessa e olha no que deu. Ou melhor, você caiu..eu é que não soube interpretar corretamente. E aliás, por uma acaso eu deveria?! Você nunca dizia nada, só pra variar, e eu tonta, tentando interpretar cada gesto seu, cada movimento executado, cada palavra proferida, pra ver se decifrava mais do seu ser...grande coisa...você não notou minha curiosidade e ainda me deixou iludir com seus gestos carinhosos.
Ai, tá vendo... eu não queria me prolongar demais...é que meu alfabeto e minha mania compensam a ausência das suas palavras. Da próxima vez [não haverá próxima se depender de mim...mas nunca se sabe o dia de amanha não é mesmo?!], experimente falar tudo na lata. É, seja lá o que for, a verdade mais dolorosa ou a declaração mais linda, mas diga. Assim não corremos o risco de nos desencontramos por falta de palavras e mal entendidos. E eu prometo também que não vou mais querer mudar e vou esperar...querer acelerar as coisas foi o pior que fiz . E falar demais foi meu maior erro.
Já estou providenciando tudo para desocupar o coração porque acho que já deu né. Eu sei que vai demorar um pouco, o processo é sempre lento, mas vou agilizar tudo, prometo.  Decepcionei-me de novo, e chorei, e gritei e quis sumir, mas passou. Pode me ignorar, mas entenda que eu precisava acertar essa situação. Agora, se por ironia do destino você ainda tiver algo a falar, você tem meu telefone...mas só se for importante, por favor. É que eu não quero correr o risco do meu coração iludir-se novamente com as suas manifestações de ‘carinho’ e ‘preocupação’.
Só agora estou em paz, se é isso que te preocupa.  Estou bem.
Quero apenas ressaltar que tudo não passou de um efêmero impulso. Eu juro.
Adeus.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Contradições insanas.

Estou com medo de mim. Com medo do que penso e do que quero. Com medo das minhas contradições, que por sinal estão mais controvérsias do que nunca.
Eu quero largar tudo aqui pra estudar longe. Eu quero cuidar dos mais necessitados que se localizam em lugares que no mapa não constam. Eu quero conhecer os buracos das cidades mais distantes. Quero tudo muito grande e escandaloso, não?!
Como se não pudesse estudar aqui, como se necessitados não estivessem a mira do meu olhar, como se buracos grandes não existissem em todos s cantos... Aquela coisa da grama do vizinho ser sempre mais verde parece até fazer algum sentido.
É como se eu precisasse fugir. É como se tapasse os olhos para os problemas, faltas e ausências daqui, e buscasse algo maior e de preferência distante para satisfazer. É estranho porque estou me sentindo um nojo ao admitir isto. Acho que meu lugar no céu não está mais reservado depois dessa.
Eu não sei o que sentiria se por acaso alguém se machucasse, quando eu tirar os peso das costa e simplesmente lagar no chão e seguir pra bem longe em busca dos meus ‘sonhos’.  Eu nem sei mais o tamanho da responsabilidade que carrego. A real, é que não sei até onde poderia ser culpada por saber, ou por não saber meu papel nessa sujeirada toda.
O ouvido dói só de ouvir o eco das reclamações, lamentações e repreensões. Que me perdoem por isso, mas tem horas que o que eu quero mesmo é jogar uma bomba gigantesca pra ver se tudo desaparece logo de vez.

Quer saber?! Férias em casa são propícias a insanidade...ou então...reveladoras de verdades impronunciáveis!