domingo, 19 de dezembro de 2010

Reflection of change

We are changing.
Talvez, não todos.
Enquanto uns mudam,
As máscaras de outros derretem,
E as folhas secas das árvores,
Continuam caindo no outono.

Seus maiores mistérios aos poucos deixam as profundas entranhas de seu ser e partem em rumo a descobertas. A dúvida e a negação são características, mas o desejo de mudança é maior.
A rua não é mais tão segura quanto aquela que ela brincava quando criança. O desejo não é mais ter uma casa de bonecas estonteante e rosa.  O olhar curioso e cativante, agora também  é negro e dúbio.
Diferente ela sempre fora mesmo, mas ah... O que quer esta criatura de características peculiares e encoberta de olhares estranhamente invejosos?!
Um mundo de questões, de perguntas e curiosidades... Um mundo que sempre fora pequeno para comportar tamanha complexidade. Inacreditavelmente pertencente a uma multidão vazia e fabricada em série, incapaz de compreender os ‘diferentes’ que a integram.
Não é estranho, nem muito menos normal ou comum. Não é lenda ou fábula. Não é estória. É vida real e acima de tudo e qualquer, diferente! É humana. Nasceu e ingressou numa eterna e ininterrupta metamorfose.
Certa vez, um certo alguém se ousou dizer:
-         Vejo muito de mim em você!
O que será exatamente que este ser vê? Será que vê aquilo que ninguém mais é capaz? Um reflexo, talvez? Será? Será que a ‘diferença’ já fora vista antes?
Reflexo sujo, embaçado e alterado só se for. Não é possível que veja aquilo que nem ela própria vê. Não é possível que saiba mais do que todos. Não...
Ela ainda nega seu diferencial. Orgulha-se por vezes, mas o nega ainda assim. 
Isso anda mudando, como tudo. Um dia tudo será diferente.


E ela segue mudando, enquanto uns olham, uns apóiam, uns invejam, uns atrapalham, uns caem ....

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Luzes de natal


Dezembro, 2010.

É mágico, belo e envolvente. Quando criança já me encantava e continuo me encantando. Os brilhos das luzes que enfeitam a cidade refletem em minhas pupilas e transmitem paz.  Minha cidade que sempre fora bela, nesta época é mais. Agora é mágica, encantadora e surpreendente.
As luzes coloridas anunciam a chegada do natal.  Eu costumava não gostar muito de tudo isso. Não sei porque, mas tinha a impressão de que o real significado desta data tivera se perdido no tempo e no dinheiro e que as pessoas só o comemoravam por conveniências ou sei lá porquê...ah, eu tive meus momentos de crise. 
Enfim, não adianta, a esperança sempre se aflora no natal. E acho que é melhor mesmo me encantar com tudo isso e continuar com os infinitos pedidos de paz, esperança e felicidade tão apropriados a este momento.
Mais eu queria mesmo que o brilho lindo destas luzes permanecesse durante todo o ano. As coisas seriam mais fáceis se conseguíssemos carregar sempre no coração essa magia encorajadora que nos atinge nesta época do ano.
Quero sentir isso sempre...
Quero que me tragam um amor, talvez...
Quero esperar desta luzes milagres...
Quero que me envolvam com mais inspiração...

Quero que continuem enfeitando minha cidade e iluminando a vida!



Hey luzes,
Pisquem mais, para eu ser feliz!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

I don't have.

Tenho um sonho bonito,
Tenho amores preservados,
Tenho amizades eternas,
Tenho esperanças.

Tenho um ódio que nem sabia,
Uma raiva que brota assim,
Um grito engasgado,
Uma voz abafada.

Tenho um medo infinito,
Uma dor incurável,
Um sorriso tímido,
Um desejo guardado.

Tenho tudo sempre.
Tenho um pouco às vezes.
Tem dia que tenho só medo e
Tem dias que só a esperança e alegria, cabem em mim.

Tenho vontade,
De ti, de nós, de mim.
Tenho tanta,
Tanta coisa guardada em meu ser...

Mas entre tudo que tenho,
De que me vale?
Se o que eu quero,
Está tão longe de mim… 


Dizem que só tenho o que preciso. Será?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Acontece.

Sem a intenção, mas ainda assim um Desabafo:

Eu tenho a leve sensação de que o mundo é um lugar muito mais sujo e errado do que o que eu já esperava. Acho que agora a é hora de me afogar em litros de álcool, assim como todos fazem quando a conclusão final é assim, nada animadora. OK. É exatamente o que eu vou fazer, e com direito à ponte - porque abismo eu não conheço nenhum além daquele no qual eu vivo - e também as últimas declarações.

Não, não é um dia ruim.  Nem um desabafo depressivo, é só uma constatação. Meu mundo podre desabou.  Já tava mais do que na hora também. Os pilares que o sustentava estavam velhos e desgastados, uns pareciam ser vigas maciças, mas não, eram todas ocas, e foram as primeiras a se emborracharem no chão. Eu até tentei segurar algumas, mas a força humana inútil não foi suficiente.
Ai, quanto desespero ver tudo se reduzindo a pó. O clássico filme já começara a passar na cabeça – sim, sim, é sempre assim. “Tanto esforço para tudo acabar assim. Quanta injustiça. Que farei agora?” Tanto blá, blá, blá. Não foi diferente comigo. Tudo igualzinho como dizem por aí.

- Er, por favor, tem como me ver mais uma dose?!

Desculpe, onde e estava? Ahh sim, meu mundo se reduziu a pó.  O fim era previsível, mas...sei lá, finais felizes são mais esperados.  Sabe, nem todos os pilares caíram.  Acho que estes vão ficar lá, por muito tempo ainda. Só que, já não há mais a cobertura superior e a gotas de chuva furiosas chegam à minha face com força. A imensidão vazia me causa angustia.  Sem saber pra que lado seguir, sem saber o que ouvir, de quem ouvir, meu interior se desespera e a pressão é maior do que antes fora.  Ai, quanta coisa anda acontecendo, minha cabeça ta ficando pesada, a visão turva, uma tontura estranha...não sei se agüento mais...

Porém, comigo é diferente. Não vai ser igualzinho não. Meio desconexo néh?! Até agora foi...(?) Acontece que EU já sei como (re)construir meu mundo. Eu sei. Eu sei. Acredite em mim! Vai ser assim, tijolinho por tijolinho....

- Ta, ta. Eu acredito. Eu espero que você se lembre disso quando estiver sóbrio. Por ora, acho que já ta na hora de ir...  Vamos, apóie-se no meu ombro, ei cuidado...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Amarga confiança.

O amargo do café quente desceu na garganta rasgando. Um gole só.

Uma sensação estranhíssima de derrota. Sem desespero, mas um ardor profundo e doentio. Assim, do nada e por tudo, múltiplos impulsos invadiram todas as células nervosas que por pouco não colapsaram. Uh! Foi quase hein?!
Run, quase. Quase? É, quase. Aquilo que foi e não chegou. Que subiu e perdeu-se sem conhecer o topo. Aquilo lá, que não foi e nem deixou de ser. Complexo? É, como tudo!

A quentura já provocara gotas de suor na face. Queimara a língua e causara um mal estar esquisito. Rá, mas depois da garganta, a confiança se evidenciara na tacada firme ao colocar a xícara sobre a mesa e sussurrava...

Açúcar é para os fracos. Assim como conveniências e facilidades. Ajudas, agrados e elogios também. É meu bem, parece que o seu feito não foi tão grande assim. Ou vai me dizer que pensara que fora o único a engolir na fúria a amargura deste café?! É, acho que um dia pensara...

Que terrível ser digno de dó, pena, compaixão ou piedade. Assustador.
Se não quiser esta dignidade, então grite, ouse, segure a intolerância entre os dedos, mantenha a impaciência nas costas e ande. Com os próprios pés. Fale, com a própria voz, e com o alfabeto que te pertence. Faça. Beba o próprio café. O seu café. aquele amargo  e quente.  Mereça!

Alívio. Amargo, mas desceu!

Espera, acabou o café?

Acabou a confiança?  

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

“Oh, she’s only seventeen.”



É, é o meu dia. Não que eu me sinta diferente por ter um ano a mais, mas é sempre revigorante. É dia para fazer planos, relembrar momentos bons,  comemorar, sair, sorrir, cantar, dançar, desejar e....brindar à vida!
Ultimamente tenho desejado muitas coisas. Muitas coisas mesmo...nem sei se mereço desejar tanto...mas, hoje estive pensando e resolvi pedir uma coisa só neste meu dia. Não. Na verdade foi o que eu pensei. Mas como eu nunca estou satisfeita resolvi pedir duas. Rsrs
Primeiro quero paz. Não pra mim, apenas, ou parar minha família...mas para todos, para o mundo. Acho que tem muita gente necessitando de um pouco de paz... Outra coisa que anda faltando é a tal felicidade. Sim, eu desejo que a vidas de todos seja repleta e muita, muita felicidade.
Enfim, estou em paz comigo, e preparada para tudo...e é por isso que estou aqui, fazendo pedidos para o bem de todos, à não sei quem.
17. Quem diria. Tantas coisas. Tantas mudanças. Tantos acontecimentos.  Tantas reclamações. Tantas indignações. Tantos desejos. Tantos sonhos. Tantas pessoas. Nossa, tantos...17 anos bem vividos repletos de escolhas muito, mas muito bem feitas.

Paz e felicidade para nós.

domingo, 31 de outubro de 2010

Excesso.

Está tudo em excesso. Estranho, porque geralmente falta, mais agora não...agora há muito.
Há felicidade demais,
Confusão demais,
Dúvidas intermináveis,
Medos recorrentes,
Expectativas além das desejáveis,
Incompreensões,
Decepções.

O tempo resolveu não ser muito camarada comigo e acho que a vida está tentando me dar uma rasteira...
Nada acontecia. Só silêncio e monotonia. Àquilo não era vida. Alheia a tudo e a todos. Neutra. Servindo apenas para julgar. Sorriso? Este era raro. Amor? Este tava guardado numa caixa, bem lá no fundo do coração. Desprezo? Este esteve presente por um tempo na face. Aventura? Esta estava dentro de um copo chamativo como um veneno tentador. (...)
Não, não tava ruim, mas também não estava bom. Até a reviravolta. Quando assim, de uma hora para outra, tudo o que não acontecia, resolveu acontecer. Acho que tudo partiu da decisão inicial que consistia simplesmente em ser feliz. Sim. Ser feliz, sem restrições ou preocupações. Sem medo de abrir um largo sorriso contagiante. Sem medo das pessoas. Feliz apenas. Isso bastou para que as coisas tomassem um rumo contraditório.
Creio que o excesso de felicidade não fez muito bem. Contagiou uns e, propiciou uma harmonia agradável.  Abriu um leque de possibilidades e horizontes que vão além do que a monotonia poderia me mostrar. Mais...não, na verdade não sei, mas...acho q ofuscou alguém, ou algo. Ou melhor, uma sombra negra tentou ofuscar o amarelo feliz que me envolvia e isso causou atrito, confusões, problemas. Muitos.
Agora já não sei mais. Quero essa onda de alegria em minha vida, mas sem todas essas confusões. Sem todas essas dúvidas. Como se não bastasse, adoeci. Sim, acho que aquele vírus me pegou. Pegou-me em meio à felicidade e autoconfiança. Deixou-me frágil demais para lidar com toda a situação.  O médico até que me recomendou um remédio bom, mas causa dependência. Intoxiquei-me para tentar eliminar o vírus e resolver os problemas, mas o efeito foi contrário. O organismo pede mais da maldita droga e me impede de tentar controlar a felicidade que não esta sintonizada a esta situação. Não sei mais o que fazer...exagerar na droga e permanecer naquele estado feliz, porém anestesiada, ou esquecer que existe um vírus me consumindo e focar apenas nos problemas alheios...?

Há muita preocupação, medo e felicidade ocupando um só organismo... Já posso ver a explosão disso tudo...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Grito de liberdade.

O espelho grande e límpido fora colocado.
A realidade, agora, seria inevitável.
A incerteza do futuro, ou do passado,
tornara o presente além do inefável.

Entretanto, as escolhas preponderadas,
e o sorriso adiado,
Delataram a alma condenada,
Que se mantinha presa a um caco quebrado.

Mas, entre espelhos e cacos,
O grito de liberdade ecoa,
A esperança brota de profundos buracos
E o sol volta a brilhar, assim, à toa!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tentativa.


Encontrei um par de asas velho e abandonado...
até pensei em seguir fingindo não o ver,
mas a cautela não fora nem um pouco tentadora
quanto a adrenalina que já consumira meu sangue.
Ahh sim, mais uma vez eu o colocaria e me arriscaria.
Agora sem pensar, seguindo o instinto apenas, e
dessa vez, tentaria de um penhasco mais alto.
Na melhor das hipóteses,
sentiria a liberdade dentro de mim e enfim, respiraria.
mas, se aquelas asas falhassem, e
a sorte pairasse por alí...flutuaria eternamente.
se não,
no máximo marcaria meu corpo com mais algumas cicatrizes.
Quem sabe até mais profundas.




segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Coleção.


"Não ela não era tola. Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy-end’s cinderelescos, ela queria acreditar. Até a noite súbita em que não conseguiu mais." Caio F. Abreu


Como sempre ele chegara com o mesmo tom de cobrança:
-  E então? Está tudo pronto? Está tudo feito?
Mas desta vez a resposta o surpreendeu.
-  Não! Dizia ela naturalmente, como se todos já esperassem isso.
-  Como não? Não estou te entendendo...
-  É, não está pronto, e nem vai ficar.
-  Olhe que agindo assim, você vai acabar deixando de ganhar aquelas belas estrelas prateadas e brilhantes que você gosta tanto. – Disse ele num tom ameaçador.
-   Já tenho muitas.
-   Sim...mas e sua coleção?
-   Acho que já não tenho mais potes para guardar tantas...
-   Mas isso é simples de... - E antes que ele terminasse de falar ela o interrompeu:
-   NÃO! Não é um problema a ser resolvido. É uma decisão precisa e certa.  Durante toda a minha vida fiz tudo para consegui-las. Escalei as mais altas montanhas para alcançá-las. Decifrei enigmas. Perdi-me. Sofri. Sangrei. Acreditei e venci. Mas, não acredito mais. Não acredito que todos estes potes cintilantes sejam o meu brilho. Não creio que neles contenha meu sacrifício. Não creio que eles guardem minha vitória ou felicidade...aliás... - Antes de terminar, a voz já precipitada e alterada impede:
-   Deixe de besteira e pare de pensar. Você deve apenas acreditar em mim. Colecionar as estrelas é o melhor pra você! Acredite.
A menina permaneceu em silêncio enquanto observava atentamente todos os potes repletos de brilho. Como se não tivesse a intenção de ser ouvida ela começou a falar pausadamente:
-   São poucas...
-   Como?
-   Olhe para estas estrelas...O que elas são perto da imensidão do céu?
Uma lágrima escapou de seu controle e o silencio permaneceu. E então ela continuou:
-   Diga-me, pois então, o que farei com todas estas estrelas se não puder ver o céu? Se não puder ver-las brilharem no céu?
Estarrecido com a pergunta, ele tentou argumentar algo, mas as palavras tremidas e gaguejadas não formaram qualquer sentido. Sem saber o que fazer, ele resolveu deixa-la. Antes que abrisse a porta ela disse:
-   Espere.
Surpreso, ele deu um passo para trás buscando ouvi-la.
-   Leve. Leve com você todos estes potes. Eu não precisarei mais deste brilho ofuscante. Um dia alcançarei o céu e viajarei livremente por entre as estrelas mais brilhantes. Eu serei uma delas...
Sem dar o mínimo crédito à convicção esperançosa da menina, ele saiu como se nada tivesse ouvido.
As conseqüências não tardariam...
Um profundo estado de torpor a abarcava e ela continuava trabalhando no seu processo de ruptura. Quebra de paradigmas. Interrupções de conveniências. Cancelamento. Uma mudança estrondosa estava por vir.
Não haveria mais coleções de estrelas brilhantes para alguém que começara a acreditar que o CÉU é o limite!



domingo, 26 de setembro de 2010

“Under the surface trying to break through”


Você simplesmente se perde quando ultrapassa a linha do conhecido, e do compreensível. Quando a razão não explica o que você precisa e o sentimento é algo que você não sabe decifrar, você se perde. Você não pensa. E o que você sempre pensou, não é. Porque você NÃO pensa. Você não sente. A realidade não existe. O sonho não existe. E você, não é. Nada é.

Perdida numa escuridão sem tamanho. Num universo infinito e sem escolhas.  Induzida e presa era como eu me sentia. Uma nevoa escura e densa pairava no ambiente. Parecia não haver oxigênio suficiente para suprir minha necessidade. Aqueles olhos negros e atentos eram como grilhões pesados que me mantinham ali.
Aquilo que sempre fora meu e extremamente intimo estava na iminência de ser descoberto. Queriam arrancar uma parte de mim de maneira cruel e subumana. Por forças que eu não compreendia, eu estava sendo forçada a dizer o que não queria. Ninguém nunca entendera, mas a situação não estava no meu controle. Uma hipnose estancava meu consciente, e eu falava sem ter qualquer noção do que se passava. Meus sentimentos e pensamentos já não me pertenciam.
Tive medo de me tornar um nada. Medo de não saber. Tive medo de me permitir a ser. Tive medo... A revolta e a inquietação inerentes do meu ser, já não estavam mais em mim. No lugar, havia o desespero e um sentimento de submissão. Nunca antes eu sentira isso. Uma enorme ferida sangrava incessantemente. Aquilo me consumia e exigia mais do que eu podia oferecer. A cada palavra proferida meus olhos se tornavam cada vez menores para comportar tantas lágrimas. E assim a visão tornara-se embaçada, e nem mais ver eu podia.
Enquanto eu tentava, sem sucesso, entender a desconfortável e inevitável situação, cavavam em mim um enorme vazio desesperador. Sentia meu corpo sendo despedaçado...e enquanto isso, encontrava forças para me recompor e falar. Desviava o meu olhar daqueles olhos que me machucavam e conseguia enfim respirar normalmente. Fitava as imperfeições do chão e tentava organizar as palavras em minha mente para enfim dizer... Para gritar aquilo que estava entalando em minha garganta.
Tudo estava errado. Tudo era injusto. Tudo me feria. O que me afetava, que me consumia, que me prejudicava....tudo, enfim, eu consegui falar.
Em algum momento me senti livre, porém pressionada.  A escuridão permanecia, e eu ainda estava confusa. Eu já não queria entender tudo aquilo. Eu precisava falar. Precisava ser aquilo que costumava ser. Precisava descarregar. Sim, era só o que eu precisava.
Feito isso, eu não me conformava. Não me conformava com o fato de estar nadando contra uma maré de raças humanas, mantendo nas costas um peso muito maior do que o meu, e sendo criticada por todos os lados.  Se era a perfeição que queriam de mim, ah, desculpe-me se não a alcancei. Desculpe-me se o meu real ser causa inveja ou preocupação. Desculpe-me se a minha boca vocês não foram capazes de calar.
Depois disso, as coisas não voltarão a ser como eram. Não sei que caminho estou seguindo. Não sei por qual caminho eu vim. Só sei que se aqueles olhos negros que me causaram tanto sofrimento fizeram parte de meu caminho, eu não quero nunca lembrar.


“Is there anybody out there who?
Is lost and hurt and lonely too?
Are they bleeding all your colours into one?
And if you come undone
As if you've been run through
Some catapult it fired you
You wonder if your chance'll ever come
Or if you're stuck in square one.” ♪

domingo, 19 de setembro de 2010

Minhas cores, roubaram.

 Alguém passou e levou as cores que eu havia deixado aqui. Sim. Havia várias, por todos os lados. Elas eram a fonte de meu sorriso de todas as manhas. Alguém levou. 
Eu não sei. Mas o cinza anda predominado. Ele não estimula sorriso. O desespero bate e os tons mais leves não estão aqui para me acalmar. Nem os tons vibrantes estão para me revigorar.
Já não tenho meus potes de tintas para pintar meu caminho.  Já não tenho pincéis para repintar os sorrisos falsos e expressões vazias.  Eu não tenho mais controle sobre o meu mundo, muito menos sobre os que o integram.
Estão olhando como querem. Fazendo o que querem. Sorrindo como querem. Manipulando. Estão pintando meu mundo!
Esses novos tons de cinza não me agradam. Essas expressões, não são verdadeiras como as minhas. Pintaram um ‘conforme-se’ na estrada principal. Até agora não entendi direito o que ele quer dizer. Ou talvez não tenha aceitado seu real significado.
Essas poucas cores estão me cansando. Acho que essas pinceladas fortes e marcadas estão tentando impor algo. Isso, definitivamente, está me desesperando.
Rotina, verbos no imperativo e poucas cores nunca fizeram meu estilo. Isso que estão pintando não é meu mundo. Não é minha vida. Não é meu ser.
Eu quero meus pincéis, e minha infinidade de cores novamente. Quero meu sorrir verdadeiro. Quero minhas pessoas. Minhas expressões e minhas pinceladas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ritmo acelerado

Está indo rápido demais. Não estou tendo tempo para absorver tudo isso. O vento raja em minha face e estremece meu corpo. Sinto insegurança. Sinto pressão. Essa contagem regressiva me incomoda, e faz-me sentir frente a uma bomba. Eu ouço o tique e taque do relógio, e os segundos estão marcados. Aguardando apenas até que o visor marque o momento do fim. 


O coração já está quase sofrendo taquicardia. As mãos estão tão geladas que já não posso mais senti-las. As pernas balançam involuntariamente. A frieza insiste em permanecer no olhar.

O cérebro ainda não traduziu o fato. Uma pane. Pouco tempo para muita informação. Pouco tempo para muitas mudanças. Pouco tempo para tantos acontecimentos. Pouco tempo para pensar. Pouco tempo para respirar. Poucas pessoas...

Um intervalo de tempo muito curto para repetição de palavras e para a mesma confusão de sentimentos. Não há ilusões agora. Sem fantasias. Não há mais com o que se confundir. Está tudo muito claro. E a claridade é tanta que machucam meus olhos entreabertos a procura de enxergar o fim de tudo.

O fato de estar perto do fim, traz certo desespero. A mente reluta em aceitar. Ao mesmo tempo a ansiedade pelo novo saliva na boca e provoca um leve frio na barriga. Os extremos brigam para o ocupar um mesmo lugar, um mesmo corpo, e pior, um mesmo instante. O apego, a segurança e o conforto são tentadores. Dá vontade de prolongar isso. Entretanto há algo mais forte que impede. Algo como uma barreira, que depois de ultrapassada se cristaliza e não permite volta.

É rápido. Apesar de todos os efeitos colaterais, passa rápido. Mais rápido do quê se possa imaginar...A negação, a resistência, os fatos, a relutância, os sintomas são típicos, são previsíveis, porem inimagináveis. Mais agora não há mais tempo. Tudo que tinha que ser formulado e escrito foi. Talvez não seja compreendido...e realmente não foi feito para isso ser. E agora chegou o fim.  Porque os zeros estão se aproximando. Apesar de ciente, não posso lutar contra o que é mais forte do que meu corpo. O olhar ainda frio e calmo. Taquicardia. Mãos geladas. Pernas balançando... tique taque...tique taque...tique taque...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"Without you it's a waste of time..." ♪

Um tripé. Um laço eterno. Uma amizade mais do que pura. Um sentimento incomparável. Transcendental. Sim. um sentimento que ultrapassa este plano... o que torna uma simples conversa uma eterna e agradável recordação. e é o que sustenta firmemente essa união. tão essencial, que a ausência se faz árdua, pesada, e torna o ar irrespirável.


não é rotina. são momentos!


"tem uma passagem que me deu saudades suas
algo sobre ficar um tempo longe de tudo
algo sobre fugir
sobre sumir
de repente me veio uma cena boa
de nós três, viajando, juntos, durante um longo tempo...
numa praia...na minha casa de praia...
só nós três...
divagando, filosofando, indefinidamente...
só estando juntos...
nós três
de alguma forma descansando de nós mesmos...
na nossa mais profunda e pura essência, nossos amigos.
nossos melhores amigos.
nossa, que saudade loucas que sinto ás vezes sabe.
vontade de estar com vcs, no silêncio de um por do sol
na luz prateada de um luar
só em silêncio.
só em presença física.
ou então, de ouvir a voz de vocês, que por mais que eu não esqueça, me alegraria ouvir.
sentir traços de vocês nos meus dias.
tornando tudo mais morno, mais aconchegante e menos difícil sabe.
quero sentí-las pra toda a vida.
do meu lado
sendo pelo
sendo pele
sentindo todo o mundo que eu e vocês sentiremos um pelo outro
todos juntos
numa unção única
numa uião plena
numa complexidade e plenitude inimagináveis
queria ser como um laço infinito...
que onde estejamos, estejamos juntos
seja em cidades, países, continentes, ou mundos diferentes
é uma amizade bonita demais...
é uma amizade dolorosamente introcável demais
é muito mais do que eu poderei jamais descrever em palavrs repetidas
palavras que eu mais irei querer repetir na vida
amor
presença
az
amizade
muito mais que simples paalvras
é um sentir transcedental
é uma sensação única
é uma união perfeita
é um tripé nosso
star_aacs@hotmail.com diz:
essa é a palavra
nos união é transcedental!
The Scientist. diz:
é um arrepio, um tesão, um sonho, um susto, uma quesa livre
é nosso
e sempre será nosso
star_aacs@hotmail.com diz:
é muito mais do que este plano
The Scientist. diz:
e estar com vocês é muito, mais muito mais fácil do que respirar
do que dormir
é uma aceitação e um estar tão profundo...
tão meu...
tão eu.
é tão natural, tão sem barreiras, sem medos, sem pesares, sem nada...
sem absolutamente nada me privando de me mostrar
de ser eu mesmo.
é um estar sendo eu mesmo num único momento
acho que vocês são as pessoas que conhecem melhor isso que se chama pedro.
porque com vocês eu fui tudo
pianista
ator
amigo
homem
cantor
ser humano
tudo isso
tudo que eu pde ser
meus lados ruins
fumante
ancioso
sei lá
tudo de ruim e bom meu vocês conheme
tudo isso
e é um estar tão gostoso
tão nosso
tão único
nossa
que saudades
é um aperto desmedido
é um aperto inconsolável
é algo que não poderei nunca transpor
mas me alegra pensar nessa ligação infinita
nessa corda longa o suficiente
que transpassa planos
que transpassa quilometros
que transpassa até a morte
porque é um laço de união e amor puro
de carinho e de sinceridade
é um laço puro de amizade
puro como poucos hoje em dia são
completamente pleno e puro.
amo vocês mais que tudo.
como daria tanta coisa por algumas horas com vocÊs por dis.
como daria.
como daria coisas para estar junto, um pouco por semana.
para ter esse colos conhecidos.
esse abraços fraternos.
esse conhecimento de mim mesmo.
essa sabedoria íntima
amo vocÊs mais que tudo
hoje e sempre
o farei sem pensar
porque é simples.
porque é fácil
porque é nosso.
star_aacs@hotmail.com diz:
nossa...vc fala tanta coisa linda que eu fico sem ter o que falar
pq vc fala o que eu penso
o que eu sinto
o que imagino
o que projeto
o que sonho
nossa amizade será sempre assim..não precisa de esforço para saber como o outro está
não precisa..a gente simplesmente sabe
é natural tanto quanto respirar
mais natural do que viver."



palavras são poucas. palavras faltam. palavras não são quase nada do que se pode sentir.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estrada sem sentido.



Ando percorrendo um caminho desconhecido,

Colocando sorriso no rosto só para iluminar mais, 
Falando com árvores e pedras para apressar tudo.
Tenho visto corações flutuando no ar.

Devo ter andado demais.
Devo estar perdida.
Devo estar delirando...

Ouço pássaros me dizendo por onde ir,
Mas logo eles se vão.
Vejo flores formando um belo mosaico colorido no chão,
Mas elas murcham, e apagam a pouca esperança que restava.

Nada fica. Só eu permaneço.
O meu estado não combina com azul do céu,
Assim como tudo some quando a tempestade aparece.

Mas eu continuo andando.
Até na pior das tempestades,
Eu corro na esperança de um fim próximo...

Não há como estacionar,
Eu preciso seguir, mas não sei se tenho fôlego.
Há trechos em que os obstáculos são imensos,
E os pássaros e flores não me correspondem mais.

Quando chegar ao fim, e se chegar,
Vou incendiar este longo e estranho caminho,
Porque eu quero esquecer essa tortuosa jornada.

Vou sentar e olhar.
Vou olhar sem ver.
Vou ouvir o estalo do fogo queimando tudo,
Para que o brilho da chama confirme a minha loucura.

Certamente não deveria desejar incendiar nada,
Não deveria nem sentir isso,
Não deveria esperar nada de pássaros, flores ou pedras.
Não deveria ver corações flutuantes.

Escrito em 31/08/2010.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Escrevendo.

Pessoas dizem que escrevo bem. Eu não acho que elas estejam certas. Tem tanta gente escrevendo coisas invejáveis por aí, que a minha escrita não passa de um amontoado de palavras... 

Sou só mais uma errante e insistente, que tenta juntar palavras fazendo nascer algum sentido. e tenta fazer delas o seu espelho. E se por acaso elas ainda provoquem algum sentimento alheio me sinto bem. Sim, porque escrever e alcançar a mais profunda e secreta caixa de sentimentos e reflexões dos leitores é gratificante. Então, acho que resolvi me atrever à isso...

Eu gosto de escrever. É bom liberar sentimentos e pensamentos aprisionados em nosso corpo. Traz um sensação de leveza incomparável. Além disso, como não há pessoas interessadas o suficiente em ouvir nossos dramas e aflições, acho que nos resta escrever para desabafar. Um amigo querido sempre relembra uma frase de Anne Frank: "O papel tem mais paciência do que as pessoas". Eu concordo, definitivamente.

Ando por aí escrevendo o que o vento traz a minha mente. Às vezes ele leva embora e não me dá tempo de absorver e por no papel. Às vezes permanece na mente. Ando escrevendo ideias. Ando tendo inspirações com pouco. Ando contando fatos. Ando relatando expectativas. Ando modificando o significado de algumas palavras. Ando buscando palavras novas. Ando repetindo palavras...

Ando simplesmente escrevendo...

Mas, a criação desse blog se deve a fusão de vários fatores. À necessidade de deixar meus pensamentos serem envolvidos por uma onda de fantasias e beleza; às minhas ultimas escritas que têm sido elogiadas por pessoas queridas; à vontade de compartilhar idéias e além de tudo, a extrema necessidade de um refúgio. Sim, um refúgio é tudo o que preciso agora.

Pensamentos são muito íntimos.  Assim como sentimentos também são. Mais acho interessante compartilhá-los. Por isso resolvi fazer o blog. Pretendo escrever o que sinto, o que penso, o que invento, o que devaneio! Quero compartilhar a mais pura inerência do meu ser.