quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Faxina nostálgica.

É quase que uma regra geral: todo mundo tira a primeira semana de férias, pra fazer aquela faxina no quarto, este que já está tão saturado de velharias e poeira que nem você se encontra mais no meio de tanta bagunça. É, quando nem a gente se encontra mais, aí é porque a situação está mesmo critica. Afinal uma coisa é a mãe arrancar os cabelos por não encontrar nada na nossa bagunça, e outra bem diferente é o fato de nós mesmo não nos encontrarmos nela. Aquele papo de bagunça organizada que você conhece bem.

Bom, o fato é que, eu estava fazendo essa minha arrumação e meu Deus, como que a gente pode guardar tanta coisa inútil em pouquíssimos metros quadrados? Era tanto papel, tantas sacolas de universidades [é, este é o problema de ir naquelas feiras de estudante, você volta pra casa abarrotado de brindes, sendo 20% canetas, 79% papeis/revistas e 1% de outras coisas] no final da contas você percebe que não vale à pena. Bom pelo menos papéis são recicláveis, o que significa que essa minha faxina me rendeu um pontinhos nessa nova era sustentável e coisa e tal, já que toda a papelada a eu levei pra reciclar. [orgulho..haha]

Mas, apesar da bagunça, dó pó e outros inconvenientes o bom de uma faxina é que você acaba encontrando coisas que desencadeiam aquela nostalgia gostosa, sabe? Eu por exemplo, achei meus gibis *--* Foi tão bom reencontrá-los. Eu, particularmente, amavaaaa os gibis da turma da Mônica, e isso me lembra a minha melhor amiga da infância [Alice], que ainda é minha grande amiga queridíssima, e foi a responsável em  despertar esse meu interesse por gibis, na época em que eu era apenas uma pirralha, ai que saudades... Falando nessa minha amiga, eu encontrei ainda um cartão postal dela, e que eu nem sabia da existência, pra vocês terem idéia da relíquia. Gente, deve ser coisa da 3ª ou 4ª série... a long, long time ago.

Os meu favoritos! *----*

O cartal postal relíquia que eu falei! awn *-* [amiga, sinto saudades desse nosso tempo! te amo viu.]

É claro que reencontrar essas coisas todas foi maravilhoso, mas não estava nos planos, e isso acabou atrasando todo o meu planejamento de fazer essa tal faxina em apenas um dia, porque convenhamos, apesar do lado bom, existem coisas melhores para se fazer nas férias... Aí a coisa foi se prolongando e no segundo deu aquela preguiça, e aí já viu né [é, eu tenho essa mania de começar a fazer um zilhão de coisas e deixar tudo pela metade, eu sei, é terrível, mas não sei ser diferente... juro que estou tentando] o que me deixa feliz é que enfim terminei [palmas \o/]. Agora respiro ar limpo e meu quarto está incrivelmente organizado. ;O


terça-feira, 6 de dezembro de 2011




E eu juro que estou trabalhando para uma melhora. tentando juntar cacos pontiagudos, amarrando pontas soltas, desamassando derrotas e procurando em algum canto misterioso um sorriso de ponta a ponta, pra meter na cara e mostrar pro mundo que está tudo bem. 


tudo porque eu descobri que o pior de tudo, é decepcionar-se consigo mesmo.
I'm going back to the start. =(

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Hope.






Can you remember when was the last time that you had sure about something?
- No, I can't...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Contínuo.



E seguimos cansados,
com fome e sede de amor,
de paz, de vida, de cor.
Na chuva e na falta,
Ouvindo ruídos calados,
De ódio, de medo, e dor.
E continua e tenta e briga,
Fazendo o nada valer tudo,
E o tudo valer nada.
E continua a brilhar,
No céu, na terra e na chuva.
E continuamos cansados,
Sem forças, sem sonhos,
sem tudo.

sábado, 29 de outubro de 2011

Recuperação

Já sinto o início da cicatrização.
Já sinto o coração mais leve,
Mais calmo e livre da aflição.

Não, não é “já”.
Seria se tivesse sido efêmero.
Não foi.
Talvez o “enfim”
rime mais com a situação.

Seja como for,
Em breve haverá espaço
Para abrigar muito mais amor.
Para muito mais sentir,
Para muito mais calor.

Talvez falte a coragem,
de mergulhar e me atirar
em tanta intensidade e doçura.
Mas, tenho procurado evitar
verbos tão impulsivos,
como medida de precaução
contra hematomas e tristeza pura.

domingo, 11 de setembro de 2011

this is not fair.

- Tem vezes que as coisas na vida são e devem ser milimetricamente calculadas. E quando assim são, baby, não dá pra trocar o certo pelo incerto, correndo o risco de ver todo o esforço esvaindo-se em pelo chão imundo...Desculpe-me por falar assim, por estar jogando as palavras, mas você não pode entender, e acho melhor...

Ele não continuou e o silencio permaneceu.

- Eu não tenho culpa, você tampouco, ninguém tem. É só que...

- a gente não se completa?

- é, talvez seja isso. Ou talvez os nossos caminhos sejam simplesmente opostos.

- caminhos?

Ela nunca entendia. E não seria agora que ele iria explicar. Faltava paciência e amor também.

- Sabe, às vezes, a gente tem que olhar o passado de uma forma bonita, para não estragar o que aconteceu, e pra não colecionar rancor no coração. A história foi bonita, mas precisa de um ponto final. E precisamos ser maduros o suficiente para pô-lo, ao invés de ficar tentando reconstruir uma história que já aconteceu.

- mas é que dói...

- eu sei o quanto. Eu também sinto, mas vai ser melhor assim.

Nem tudo foi dito, e também não precisava. ela não o entenderia, e passado precisava de um fim.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Metamorfose

Como um daqueles bixos que passam por vários estágios durante a vida;
Como alguém que decidiu bater a mão forte, e quebrar regras, todas;
Com a alma de um revolucionário que sempre existiu;
Com a sede daquele que vagou dias no deserto.
Com a dor do fracasso,
Com a esperança da mudança.
Com sangue nos olhos,
E força nos punhos.
Com a coragem que vai surgir,
De algum canto do corpo,
E vai fazer possível a mudança de idéia se esta tiver que ocorrer.
Não mais me importa,
O latim, a ciência, a estatística, a fisiologia, não importa.
Ceticismo e sentir.cismo são  o lema da vez.
Esta tudo mudando...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

pausa.

06:37 - Café preto. Sentada de frente pra janela, do 13º andar, contemplando o amanhecer. Tinha ido dormir tarde, mas acordara com disposição. Tinha acordado no horário, tomado banho e preparado as coisas, e a essa hora, já deveria estar no ônibus...mas decidiu parar e contemplar o amanhecer como alguém que não tivesse compromissos para aquele dia. Estava bem, mas sem reação. Olhando fixamente para o horizonte preenchido por prédios e prédios,e ao fundo, nuvens que se afastavam do alaranjado que surgia magicamente.
Aproveitava com deleite, o fato de saber que tinha obrigações a fazer, e não as faria. Afinal, quem é que se importa com as obrigações?!


De vez em quando a vida pede pausa, e a mente reflexão.


Ultimo gole. pensamento instântaneo: eu vou fazer dar certo.


07:38 - Um barulho. a porta batia, sinalizando que alguém estava bem atrasado. é, era hora de voltar.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O que não era verdade, e nunca seria.

Não é possível que sejamos novos escravos desse sistema alienador. Não é possível que eu estivesse construindo um castelo de areia, como tantos que vi desabar. Não é possível...

Foi quando eu descobri que nunca fizera história, e era só parte dela, que eu relutei;
Foi quando eu descobri que minhas forças eram finitas, que eu chorei;
Foi quando me colocaram frente a um espelho e eu não pude me ver, que eu desabei;
Foi quando finalmente me fizeram mais uma...que me tranquei.
Sem argumentos para contestação, eu me tranquei e quis sumir pra sempre.
Quis queimar os livros e silenciar as canções...
Quis calar os falantes,
Quis apagar o sol,
Quis ouvir o silêncio.
Quis fazer o impossível, para desacreditar que ele estava acontecendo.

Tentei dormir, para acordar logo e ver que tudo não passara de um terrível pesadelo, mas não consegui.
E quando disseram que era verdade, e que era o fim, eu já não tinha força o suficiente para derramar a ultima lágrima.
Eu já não era nada vendo todo meu suor e todo meu amor, esvaindo-se no ar.

Ouvi gritos abafados de crianças e de pobres sem voz...e nada pude fazer, ou, nada fiz
Ví minha vida torcida e esquecida num canto escuro, sem esperança, sem poesia, sem mim.
Observei felicidade insana, e não a senti.
E por estar sempre alheia a todos, senti-me afinal, a sós comigo.
Numa solidão obscura que não queria ter sentido. Não mesmo.

Mas eu ainda mantinha dentro de mim o sentimento de benevolência, e orava pra que ao menos isso pudesse me salvar.
Orava para que minhas próprias mãos, e meu próprio coração fossem o instrumento de paz a muitos seres.
Pedia humildemente, para que a sintonia entre mim e o mundo fosse possível, e como eu lutava para acreditar nisso...

Tentei acreditar nas palavras, na verdade, nas pessoas, e não consegui.
Tentei  desacreditar que meu castelo era mesmo de areia...

Rendi-me enfim, a verdade alheia, porque já não tinha forças para manter uma própria! Talvez fosse mais saudável parar de querer inventar...

Tiraram-me a voz e o sorriso. Seguindo passos já marcados no chão, eu já não era eu, e já não era ameaça ao carnaval de idiotas, enfim. Acorrentada a ordem e as regras, sem sonhos ou ilusões, eu não passava de um punhado de órgãos que circundava um espaço triste e limitado.
Guardava ainda um pouco de esperanças, e um dia, de tanto andar em círculos, escapuliria pela tangente, e inventaria novamente. E construiria castelos e mais castelos, de areia ou não, mas certamente de verdades, das minhas próprias verdades! 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Re.virando o 'eu'

Já é quase inverno e muita coisa mudou desde o último. Sinto que sou um 'eu' repartido em duas partes bem distintas e perfeitamente complementares. eu só ainda não sei como faze-las se sintonizarem, se é que você entende o que quero dizer.
Hoje sou e estou melhor do que os últimos tempos, apesar do excesso de cansaço, que eu tento relevar e encará-lo como parte da nova realidade encardida e sem nexo. dentro de mim só não está uma bagunça porque a alienação era tanta que não tive tempo para dar uma remexida nas coisas que não se encaixavam. fato. até que vem aquela tempestade de sermão e outras coisas mais e trás a tona a realidade da parte do 'eu' que está mais inerte ao mundo. e trás também a bagunça e a estaca zero, porque já não mais sei se sou todo ou se sou metade.
E eu volto a não ver mais sentido nas coisas, nas pessoas, em mim, no mundo. 


mas ainda sim será um inverno melhor, e mais solitário.

domingo, 24 de abril de 2011

Miss my life.

Sinto que falta tempo. Sinto não, falta mesmo. Por isso que o blog ficou meio assim, deixado ao pó...=/ Sinto falta desse refúgio. Sinto falta de mostrar ao papel o que se passa aqui dentro. Mas esse ano vai ser sufocante mesmo. Vai faltar tempo, ar, vida... e vai sobrar saudade, lembranças e  devaneios, enfim.
O sacrifício deste ano pode até não garantir minha vaga, mas não será em vão.Eu sei que não, porque no fim, tudo vale à pena.  Mas mesmo com a correria dos estudos, sempre que puder vou dar uma passadinha por aqui pra dar um sinal e para ler um pouquinho dos blogs lindos que sigo. *-*
No mais, vou passando pelo tempo, e desejando, e sonhando, e vivendo do jeito que é possível.
Eu só queria mais sentimentos/emoções e menos razão nesse meu dia a dia!


“It's been a long time coming
Such a long long time
And I can't stop running
Such a long long time
Can you hear my heart beating
Can you hear that sound
Cuz I can't help thinking
And I won't stop now”
Gravity-Coldpay

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um sonho bom.

Um dia desses atrás,
me permiti esquecer
os  pés no chão e a limitação covarde.

Deixei a mente fluir,
leve, larga e livremente.

Foi pensando no destino,
no destino incerto,
cercado de dúvidas existenciais,
e na ironia  dele para com a gente.
Foi pensando na vida,
e no quão avessa ela é,
que sonhei como criança.

Sonhei acordada que
vivia outra realidade...
sonhei com viagem e mudança,
com passagens aeras,
com ares de verdade, e  
com coisas não planejadas
dando mais certo
de que quando são.

Uma mala e poucas coisas,
Porque as tranqueiras da vida
a maioria eu ia deixar.
Restos podres e inúteis,
Iam sem hesitação,
pro bendito do lixão.
Sonhei com Desapego.

Sonhei que voava,
 e que o céu era igual a gente vê,
azulzinho e salpicado
de nuvens cor neve, e textura fofa.
Lá de cima,
Tudo era pequenino,
comparado à minha altitude.
Parecia até as maquetes perfeitas
que eu costumava admirar
quando criança.
Sonhei com Liberdade.


Sonhei que não ouvia
berros de mãe,
nem sermão dos de sempre.
Nem mesmo as chatisses do irmão
eu precisava aturar.
Sonhei que não tinha mais o calor,
o maldito calor infernal
inerente a qualquer país tropical.
Sonhei com cabeça leve,
Sem peso e preocupação.
Sonhei com guerrinha d’agua,
e com inimigos fazendo as pazes,
Sonhei com PAZ!

Sonhei com vida desembaraçada,
sem nenhuma satisfação,
Sonhei com andar o dia todo,
sem rumo e destino,
sem pressa, sem neura
porque o dia pode virar noite
que eu posso estar na rua.
Sonhei com as coisas certas,
cada qual em seu lugar,
tudo exatamente do jeito que pus
que é do jeito que minha mente
se mantém organizada.
Sonhei com Independência.

Sonhei com solidão,
e com saudade também
e se era saudade,
é porque tinha falta,
e se tinha falta,
só solidão não preenchia,
era então um saudosar solitário
das boas e velhas companhias.
Sonhei com Presença.

Sonhei com casacos,
Botas, chapéus, cachecóis e sobretudos.
Nariz vermelho, boneco de neve
e café quentinho com torradas.
Sonhei com céu nublado
E tempo confortável,
lago frio, pássaro elegantes e belos.
Árvores secas, lareiras e coisa e tal,
Tudo, tudo sendo só meu dia a dia.
Sonhei com Inverno.

Sonho bom foi esse, mesmo
Tive tudo que queria, e mais
Tudo que meu ser precisava,
Nos minutos em que sonhei acordada
Sonhei com desapego, liberdade, paz,
Independência, presença e meu doce inverno branco.
Lembro só que não sonhei
Com amor em carne e osso.
Que meu amor era só
por tudo que sonhei.
E creio que a ausência,
do sublime sentimento,
no meu humilde sonho,
é porque era um sonho bom,
sem dor, angustia e inquietação...
E com amor, há sempre dor,
Senão, não é amor.

E eu só sei,
Que tive um sonho bom. 
E que por alguns instantes,
deixou de ser sonho,
pra fazer parte da vida,
pra fazer parte dos planos.
Foi aí que eu acordei,
com uma chacoalhada real,
e vi que enquanto a vida passava,
eu estava só sonhando.





segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Injúria.

Não pode arder mais do que bala no peito,
Que bate, batuca, borbulha e lambisca
E arde, e não se aquieta e quer sair
Quer pedir, quer parar, quer ser feliz.
                                                    
Dói. Dói e toma o corpo,
A cabeça, os pensamentos,
O dia a dia, toma tudo.
Não me deixas em paz...

E eu imploro,
Pelo amor de Deus,
 aquiete este pobre

antes que a agitação
a inquietação e a queimação
o impeça de bater.

Eu dormi para te esquecer, e tudo que fiz, foi sonhar com você! 

ps.: um pouco melodramático, eu sei. mas  saiu assim, bem lá de dentro.    

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

e fim.

Eu não sei pra quê distancia,
Aquela que só o tempo sabe.
Começa com a tal felicidade
E no fim é sempre lembrança.

Saibas que já entendi,
O porquê é de se descobrir
E para não fazer tudo ruir
sigo pra longe de ti.

Se quisesses procuraria
Por talvez uma explicação
Ou até pra despedida,eu diria

Porque tu sabes bem,
O ciclo que as coisas têm
inicio, meio e fim.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

rotina

Ah, era só mais um dia. Um sábado qualquer. O sol amanheceu tinindo, e junto, fez par com um céu azulzinho sem nuvens. Tinha um tempero no ar que deixava as coisas mais saborosas... O riso saindo à toa, junto com as palhaçadas. O olhar terno e brilhante chegava a contrariar as ultimas semanas...nem parecia que aqueles olhos tivessem deixado escapulir tantas lágrimas, nem parecia que aquele rosto estivera tão triste infeliz. Nem parecia.
Talvez fosse a tão aguardada superação batendo na porta. A ferida já estava começando a cicatrizar, o cérebro e o coração ainda relutavam em fazer as pazes, mas estavam aquietados...só faltava mesmo esquecer tudo e partir levando rosas e sorrisos pra vida.
Mas, só pra não fugir à regra, nada seria assim tão fácil...é, aparentemente fácil pra quem tá de fora, porque o coração aqui doeu, doeu de verdade, mas tava sarando já, atééé...
Até, mais uma vez, ele estragar tudo com suas manifestações de ‘amor e carinho’! Que eu me lembre, pedi pra esquecer. Esquecer meu erro, meu sentimento, minha existência! Era só pra esquecer.
É que eu fico assim, indignada porque eu sei que a carne é fraca. E.. .eu não sei qual o problema do meu coração, mas parece que ele gosta de sofrer. Eu fico indignada porque sei que ele vai cair nesse papo romântico manjado e vai doer...

Mais uma vez!

nota: desculpem-me queridos leitores. eu sei que  esse é uma dos meus piores. mas, é um desabafo apenas.    já não posso mais com esse coração que tenho. aliás, se alguém se interessar eu troco viu, por qualquer outro órgão mais inteligente. rs beijos. prometo melhores!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Explicações.


Cartas de amor são todas ridículas, já diria o queridíssimo Fernando Pessoa.

Sabe, o que aconteceu foi que eu tinha resolvido mudar. Sim, aquele jeito pacato, monótono e paciente demais já tinha saído de moda. Fiz as contas e percebi que sofreria menos se mergulhasse logo de cabeça nessa roda viva atribulada e apressada ao ficar tentando sair dela para ter paz e sei lá mais o quê.
Mas como resolvi mudar, ao invés de esperar você vir até mim, resolvi fazer o contrário. Shit!! Sabia que eu não tinha jeito pra isso, sabia. E eu sei também que não deveria estar confessando tudo isso...mas é que não ta me fazendo bem. Preciso colocar as coisas nos devidos eixos pra que eu possa seguir sem essa sensação de que está ficando pontas a serem amarradas...
Olha, eu até assumo. Fui ridícula, fria e inconseqüente, mas eu não queria...ou queria, sei lá, não importa mais. É que eu andava sonhadora e frágil, então bastou aquele empurrãozinho típico de filmes com finais felizes e puf! fui lá e me declarei. Tive medo de seguir sem que você soubesse. Tive medo que pergunta eterna ‘será que poderia ter acontecido diferente?’ me perseguisse. Fui medrosa...não costumo ser, que fique claro, mas fui.
Mas alguma coisa de bom eu levo dessa desilusão toda. Aquele negócio de que ‘um gesto vale mais que mil palavras’ não tá com nada. Eu caí nessa e olha no que deu. Ou melhor, você caiu..eu é que não soube interpretar corretamente. E aliás, por uma acaso eu deveria?! Você nunca dizia nada, só pra variar, e eu tonta, tentando interpretar cada gesto seu, cada movimento executado, cada palavra proferida, pra ver se decifrava mais do seu ser...grande coisa...você não notou minha curiosidade e ainda me deixou iludir com seus gestos carinhosos.
Ai, tá vendo... eu não queria me prolongar demais...é que meu alfabeto e minha mania compensam a ausência das suas palavras. Da próxima vez [não haverá próxima se depender de mim...mas nunca se sabe o dia de amanha não é mesmo?!], experimente falar tudo na lata. É, seja lá o que for, a verdade mais dolorosa ou a declaração mais linda, mas diga. Assim não corremos o risco de nos desencontramos por falta de palavras e mal entendidos. E eu prometo também que não vou mais querer mudar e vou esperar...querer acelerar as coisas foi o pior que fiz . E falar demais foi meu maior erro.
Já estou providenciando tudo para desocupar o coração porque acho que já deu né. Eu sei que vai demorar um pouco, o processo é sempre lento, mas vou agilizar tudo, prometo.  Decepcionei-me de novo, e chorei, e gritei e quis sumir, mas passou. Pode me ignorar, mas entenda que eu precisava acertar essa situação. Agora, se por ironia do destino você ainda tiver algo a falar, você tem meu telefone...mas só se for importante, por favor. É que eu não quero correr o risco do meu coração iludir-se novamente com as suas manifestações de ‘carinho’ e ‘preocupação’.
Só agora estou em paz, se é isso que te preocupa.  Estou bem.
Quero apenas ressaltar que tudo não passou de um efêmero impulso. Eu juro.
Adeus.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Contradições insanas.

Estou com medo de mim. Com medo do que penso e do que quero. Com medo das minhas contradições, que por sinal estão mais controvérsias do que nunca.
Eu quero largar tudo aqui pra estudar longe. Eu quero cuidar dos mais necessitados que se localizam em lugares que no mapa não constam. Eu quero conhecer os buracos das cidades mais distantes. Quero tudo muito grande e escandaloso, não?!
Como se não pudesse estudar aqui, como se necessitados não estivessem a mira do meu olhar, como se buracos grandes não existissem em todos s cantos... Aquela coisa da grama do vizinho ser sempre mais verde parece até fazer algum sentido.
É como se eu precisasse fugir. É como se tapasse os olhos para os problemas, faltas e ausências daqui, e buscasse algo maior e de preferência distante para satisfazer. É estranho porque estou me sentindo um nojo ao admitir isto. Acho que meu lugar no céu não está mais reservado depois dessa.
Eu não sei o que sentiria se por acaso alguém se machucasse, quando eu tirar os peso das costa e simplesmente lagar no chão e seguir pra bem longe em busca dos meus ‘sonhos’.  Eu nem sei mais o tamanho da responsabilidade que carrego. A real, é que não sei até onde poderia ser culpada por saber, ou por não saber meu papel nessa sujeirada toda.
O ouvido dói só de ouvir o eco das reclamações, lamentações e repreensões. Que me perdoem por isso, mas tem horas que o que eu quero mesmo é jogar uma bomba gigantesca pra ver se tudo desaparece logo de vez.

Quer saber?! Férias em casa são propícias a insanidade...ou então...reveladoras de verdades impronunciáveis!