domingo, 26 de setembro de 2010

“Under the surface trying to break through”


Você simplesmente se perde quando ultrapassa a linha do conhecido, e do compreensível. Quando a razão não explica o que você precisa e o sentimento é algo que você não sabe decifrar, você se perde. Você não pensa. E o que você sempre pensou, não é. Porque você NÃO pensa. Você não sente. A realidade não existe. O sonho não existe. E você, não é. Nada é.

Perdida numa escuridão sem tamanho. Num universo infinito e sem escolhas.  Induzida e presa era como eu me sentia. Uma nevoa escura e densa pairava no ambiente. Parecia não haver oxigênio suficiente para suprir minha necessidade. Aqueles olhos negros e atentos eram como grilhões pesados que me mantinham ali.
Aquilo que sempre fora meu e extremamente intimo estava na iminência de ser descoberto. Queriam arrancar uma parte de mim de maneira cruel e subumana. Por forças que eu não compreendia, eu estava sendo forçada a dizer o que não queria. Ninguém nunca entendera, mas a situação não estava no meu controle. Uma hipnose estancava meu consciente, e eu falava sem ter qualquer noção do que se passava. Meus sentimentos e pensamentos já não me pertenciam.
Tive medo de me tornar um nada. Medo de não saber. Tive medo de me permitir a ser. Tive medo... A revolta e a inquietação inerentes do meu ser, já não estavam mais em mim. No lugar, havia o desespero e um sentimento de submissão. Nunca antes eu sentira isso. Uma enorme ferida sangrava incessantemente. Aquilo me consumia e exigia mais do que eu podia oferecer. A cada palavra proferida meus olhos se tornavam cada vez menores para comportar tantas lágrimas. E assim a visão tornara-se embaçada, e nem mais ver eu podia.
Enquanto eu tentava, sem sucesso, entender a desconfortável e inevitável situação, cavavam em mim um enorme vazio desesperador. Sentia meu corpo sendo despedaçado...e enquanto isso, encontrava forças para me recompor e falar. Desviava o meu olhar daqueles olhos que me machucavam e conseguia enfim respirar normalmente. Fitava as imperfeições do chão e tentava organizar as palavras em minha mente para enfim dizer... Para gritar aquilo que estava entalando em minha garganta.
Tudo estava errado. Tudo era injusto. Tudo me feria. O que me afetava, que me consumia, que me prejudicava....tudo, enfim, eu consegui falar.
Em algum momento me senti livre, porém pressionada.  A escuridão permanecia, e eu ainda estava confusa. Eu já não queria entender tudo aquilo. Eu precisava falar. Precisava ser aquilo que costumava ser. Precisava descarregar. Sim, era só o que eu precisava.
Feito isso, eu não me conformava. Não me conformava com o fato de estar nadando contra uma maré de raças humanas, mantendo nas costas um peso muito maior do que o meu, e sendo criticada por todos os lados.  Se era a perfeição que queriam de mim, ah, desculpe-me se não a alcancei. Desculpe-me se o meu real ser causa inveja ou preocupação. Desculpe-me se a minha boca vocês não foram capazes de calar.
Depois disso, as coisas não voltarão a ser como eram. Não sei que caminho estou seguindo. Não sei por qual caminho eu vim. Só sei que se aqueles olhos negros que me causaram tanto sofrimento fizeram parte de meu caminho, eu não quero nunca lembrar.


“Is there anybody out there who?
Is lost and hurt and lonely too?
Are they bleeding all your colours into one?
And if you come undone
As if you've been run through
Some catapult it fired you
You wonder if your chance'll ever come
Or if you're stuck in square one.” ♪

domingo, 19 de setembro de 2010

Minhas cores, roubaram.

 Alguém passou e levou as cores que eu havia deixado aqui. Sim. Havia várias, por todos os lados. Elas eram a fonte de meu sorriso de todas as manhas. Alguém levou. 
Eu não sei. Mas o cinza anda predominado. Ele não estimula sorriso. O desespero bate e os tons mais leves não estão aqui para me acalmar. Nem os tons vibrantes estão para me revigorar.
Já não tenho meus potes de tintas para pintar meu caminho.  Já não tenho pincéis para repintar os sorrisos falsos e expressões vazias.  Eu não tenho mais controle sobre o meu mundo, muito menos sobre os que o integram.
Estão olhando como querem. Fazendo o que querem. Sorrindo como querem. Manipulando. Estão pintando meu mundo!
Esses novos tons de cinza não me agradam. Essas expressões, não são verdadeiras como as minhas. Pintaram um ‘conforme-se’ na estrada principal. Até agora não entendi direito o que ele quer dizer. Ou talvez não tenha aceitado seu real significado.
Essas poucas cores estão me cansando. Acho que essas pinceladas fortes e marcadas estão tentando impor algo. Isso, definitivamente, está me desesperando.
Rotina, verbos no imperativo e poucas cores nunca fizeram meu estilo. Isso que estão pintando não é meu mundo. Não é minha vida. Não é meu ser.
Eu quero meus pincéis, e minha infinidade de cores novamente. Quero meu sorrir verdadeiro. Quero minhas pessoas. Minhas expressões e minhas pinceladas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ritmo acelerado

Está indo rápido demais. Não estou tendo tempo para absorver tudo isso. O vento raja em minha face e estremece meu corpo. Sinto insegurança. Sinto pressão. Essa contagem regressiva me incomoda, e faz-me sentir frente a uma bomba. Eu ouço o tique e taque do relógio, e os segundos estão marcados. Aguardando apenas até que o visor marque o momento do fim. 


O coração já está quase sofrendo taquicardia. As mãos estão tão geladas que já não posso mais senti-las. As pernas balançam involuntariamente. A frieza insiste em permanecer no olhar.

O cérebro ainda não traduziu o fato. Uma pane. Pouco tempo para muita informação. Pouco tempo para muitas mudanças. Pouco tempo para tantos acontecimentos. Pouco tempo para pensar. Pouco tempo para respirar. Poucas pessoas...

Um intervalo de tempo muito curto para repetição de palavras e para a mesma confusão de sentimentos. Não há ilusões agora. Sem fantasias. Não há mais com o que se confundir. Está tudo muito claro. E a claridade é tanta que machucam meus olhos entreabertos a procura de enxergar o fim de tudo.

O fato de estar perto do fim, traz certo desespero. A mente reluta em aceitar. Ao mesmo tempo a ansiedade pelo novo saliva na boca e provoca um leve frio na barriga. Os extremos brigam para o ocupar um mesmo lugar, um mesmo corpo, e pior, um mesmo instante. O apego, a segurança e o conforto são tentadores. Dá vontade de prolongar isso. Entretanto há algo mais forte que impede. Algo como uma barreira, que depois de ultrapassada se cristaliza e não permite volta.

É rápido. Apesar de todos os efeitos colaterais, passa rápido. Mais rápido do quê se possa imaginar...A negação, a resistência, os fatos, a relutância, os sintomas são típicos, são previsíveis, porem inimagináveis. Mais agora não há mais tempo. Tudo que tinha que ser formulado e escrito foi. Talvez não seja compreendido...e realmente não foi feito para isso ser. E agora chegou o fim.  Porque os zeros estão se aproximando. Apesar de ciente, não posso lutar contra o que é mais forte do que meu corpo. O olhar ainda frio e calmo. Taquicardia. Mãos geladas. Pernas balançando... tique taque...tique taque...tique taque...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"Without you it's a waste of time..." ♪

Um tripé. Um laço eterno. Uma amizade mais do que pura. Um sentimento incomparável. Transcendental. Sim. um sentimento que ultrapassa este plano... o que torna uma simples conversa uma eterna e agradável recordação. e é o que sustenta firmemente essa união. tão essencial, que a ausência se faz árdua, pesada, e torna o ar irrespirável.


não é rotina. são momentos!


"tem uma passagem que me deu saudades suas
algo sobre ficar um tempo longe de tudo
algo sobre fugir
sobre sumir
de repente me veio uma cena boa
de nós três, viajando, juntos, durante um longo tempo...
numa praia...na minha casa de praia...
só nós três...
divagando, filosofando, indefinidamente...
só estando juntos...
nós três
de alguma forma descansando de nós mesmos...
na nossa mais profunda e pura essência, nossos amigos.
nossos melhores amigos.
nossa, que saudade loucas que sinto ás vezes sabe.
vontade de estar com vcs, no silêncio de um por do sol
na luz prateada de um luar
só em silêncio.
só em presença física.
ou então, de ouvir a voz de vocês, que por mais que eu não esqueça, me alegraria ouvir.
sentir traços de vocês nos meus dias.
tornando tudo mais morno, mais aconchegante e menos difícil sabe.
quero sentí-las pra toda a vida.
do meu lado
sendo pelo
sendo pele
sentindo todo o mundo que eu e vocês sentiremos um pelo outro
todos juntos
numa unção única
numa uião plena
numa complexidade e plenitude inimagináveis
queria ser como um laço infinito...
que onde estejamos, estejamos juntos
seja em cidades, países, continentes, ou mundos diferentes
é uma amizade bonita demais...
é uma amizade dolorosamente introcável demais
é muito mais do que eu poderei jamais descrever em palavrs repetidas
palavras que eu mais irei querer repetir na vida
amor
presença
az
amizade
muito mais que simples paalvras
é um sentir transcedental
é uma sensação única
é uma união perfeita
é um tripé nosso
star_aacs@hotmail.com diz:
essa é a palavra
nos união é transcedental!
The Scientist. diz:
é um arrepio, um tesão, um sonho, um susto, uma quesa livre
é nosso
e sempre será nosso
star_aacs@hotmail.com diz:
é muito mais do que este plano
The Scientist. diz:
e estar com vocês é muito, mais muito mais fácil do que respirar
do que dormir
é uma aceitação e um estar tão profundo...
tão meu...
tão eu.
é tão natural, tão sem barreiras, sem medos, sem pesares, sem nada...
sem absolutamente nada me privando de me mostrar
de ser eu mesmo.
é um estar sendo eu mesmo num único momento
acho que vocês são as pessoas que conhecem melhor isso que se chama pedro.
porque com vocês eu fui tudo
pianista
ator
amigo
homem
cantor
ser humano
tudo isso
tudo que eu pde ser
meus lados ruins
fumante
ancioso
sei lá
tudo de ruim e bom meu vocês conheme
tudo isso
e é um estar tão gostoso
tão nosso
tão único
nossa
que saudades
é um aperto desmedido
é um aperto inconsolável
é algo que não poderei nunca transpor
mas me alegra pensar nessa ligação infinita
nessa corda longa o suficiente
que transpassa planos
que transpassa quilometros
que transpassa até a morte
porque é um laço de união e amor puro
de carinho e de sinceridade
é um laço puro de amizade
puro como poucos hoje em dia são
completamente pleno e puro.
amo vocês mais que tudo.
como daria tanta coisa por algumas horas com vocÊs por dis.
como daria.
como daria coisas para estar junto, um pouco por semana.
para ter esse colos conhecidos.
esse abraços fraternos.
esse conhecimento de mim mesmo.
essa sabedoria íntima
amo vocÊs mais que tudo
hoje e sempre
o farei sem pensar
porque é simples.
porque é fácil
porque é nosso.
star_aacs@hotmail.com diz:
nossa...vc fala tanta coisa linda que eu fico sem ter o que falar
pq vc fala o que eu penso
o que eu sinto
o que imagino
o que projeto
o que sonho
nossa amizade será sempre assim..não precisa de esforço para saber como o outro está
não precisa..a gente simplesmente sabe
é natural tanto quanto respirar
mais natural do que viver."



palavras são poucas. palavras faltam. palavras não são quase nada do que se pode sentir.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estrada sem sentido.



Ando percorrendo um caminho desconhecido,

Colocando sorriso no rosto só para iluminar mais, 
Falando com árvores e pedras para apressar tudo.
Tenho visto corações flutuando no ar.

Devo ter andado demais.
Devo estar perdida.
Devo estar delirando...

Ouço pássaros me dizendo por onde ir,
Mas logo eles se vão.
Vejo flores formando um belo mosaico colorido no chão,
Mas elas murcham, e apagam a pouca esperança que restava.

Nada fica. Só eu permaneço.
O meu estado não combina com azul do céu,
Assim como tudo some quando a tempestade aparece.

Mas eu continuo andando.
Até na pior das tempestades,
Eu corro na esperança de um fim próximo...

Não há como estacionar,
Eu preciso seguir, mas não sei se tenho fôlego.
Há trechos em que os obstáculos são imensos,
E os pássaros e flores não me correspondem mais.

Quando chegar ao fim, e se chegar,
Vou incendiar este longo e estranho caminho,
Porque eu quero esquecer essa tortuosa jornada.

Vou sentar e olhar.
Vou olhar sem ver.
Vou ouvir o estalo do fogo queimando tudo,
Para que o brilho da chama confirme a minha loucura.

Certamente não deveria desejar incendiar nada,
Não deveria nem sentir isso,
Não deveria esperar nada de pássaros, flores ou pedras.
Não deveria ver corações flutuantes.

Escrito em 31/08/2010.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Escrevendo.

Pessoas dizem que escrevo bem. Eu não acho que elas estejam certas. Tem tanta gente escrevendo coisas invejáveis por aí, que a minha escrita não passa de um amontoado de palavras... 

Sou só mais uma errante e insistente, que tenta juntar palavras fazendo nascer algum sentido. e tenta fazer delas o seu espelho. E se por acaso elas ainda provoquem algum sentimento alheio me sinto bem. Sim, porque escrever e alcançar a mais profunda e secreta caixa de sentimentos e reflexões dos leitores é gratificante. Então, acho que resolvi me atrever à isso...

Eu gosto de escrever. É bom liberar sentimentos e pensamentos aprisionados em nosso corpo. Traz um sensação de leveza incomparável. Além disso, como não há pessoas interessadas o suficiente em ouvir nossos dramas e aflições, acho que nos resta escrever para desabafar. Um amigo querido sempre relembra uma frase de Anne Frank: "O papel tem mais paciência do que as pessoas". Eu concordo, definitivamente.

Ando por aí escrevendo o que o vento traz a minha mente. Às vezes ele leva embora e não me dá tempo de absorver e por no papel. Às vezes permanece na mente. Ando escrevendo ideias. Ando tendo inspirações com pouco. Ando contando fatos. Ando relatando expectativas. Ando modificando o significado de algumas palavras. Ando buscando palavras novas. Ando repetindo palavras...

Ando simplesmente escrevendo...

Mas, a criação desse blog se deve a fusão de vários fatores. À necessidade de deixar meus pensamentos serem envolvidos por uma onda de fantasias e beleza; às minhas ultimas escritas que têm sido elogiadas por pessoas queridas; à vontade de compartilhar idéias e além de tudo, a extrema necessidade de um refúgio. Sim, um refúgio é tudo o que preciso agora.

Pensamentos são muito íntimos.  Assim como sentimentos também são. Mais acho interessante compartilhá-los. Por isso resolvi fazer o blog. Pretendo escrever o que sinto, o que penso, o que invento, o que devaneio! Quero compartilhar a mais pura inerência do meu ser.