O amargo do café quente desceu na garganta rasgando. Um gole só.
Uma sensação estranhíssima de derrota. Sem desespero, mas um ardor profundo e doentio. Assim, do nada e por tudo, múltiplos impulsos invadiram todas as células nervosas que por pouco não colapsaram. Uh! Foi quase hein?!
Run, quase. Quase? É, quase. Aquilo que foi e não chegou. Que subiu e perdeu-se sem conhecer o topo. Aquilo lá, que não foi e nem deixou de ser. Complexo? É, como tudo!
A quentura já provocara gotas de suor na face. Queimara a língua e causara um mal estar esquisito. Rá, mas depois da garganta, a confiança se evidenciara na tacada firme ao colocar a xícara sobre a mesa e sussurrava...
Açúcar é para os fracos. Assim como conveniências e facilidades. Ajudas, agrados e elogios também. É meu bem, parece que o seu feito não foi tão grande assim. Ou vai me dizer que pensara que fora o único a engolir na fúria a amargura deste café?! É, acho que um dia pensara...
Que terrível ser digno de dó, pena, compaixão ou piedade. Assustador.
Se não quiser esta dignidade, então grite, ouse, segure a intolerância entre os dedos, mantenha a impaciência nas costas e ande. Com os próprios pés. Fale, com a própria voz, e com o alfabeto que te pertence. Faça. Beba o próprio café. O seu café. aquele amargo e quente. Mereça!
Alívio. Amargo, mas desceu!
Espera, acabou o café?
Acabou a confiança?
Incrível!
ResponderExcluirAmazing!
Simplesmente tapa na cara seu texto.
Quantas vezes não precisamos engolir o amargo café e levantarmos a cabeça num sorriso amarelo, hum?
Quantas?
Bebamos, num brinde fatal, e vençamos amiga! Juntos!